O GOU Maranatá deseja que neste novo ano Deus nos encha com sua Graça, Paz, Amor e Unção. Que Ele nos una ainda mais. E que Maria nos ensine a sermos retos nos caminhos do Senhor, dizendo sempre sim aos chamados d'Ele para nossa missão de evangelizar.
Confira abaixo um texto da RCC elaborado especialmente para este ano de 2011!
Ano Novo e a Cultura de Pentecostes
Na visão de muitos antropólogos, o homem possui uma necessidade de viver em ciclos, com marcos que possam estabelecer noções de términos e reinícios. Na tradição da cultura ocidental, no entanto, o tempo apresenta-se de forma linear e momentos como a "passagem de ano", por exemplo, parecem sugerir espontaneamente um "recomeçar a vida", num esforço de manifestar esse desejo cíclico do ser humano.
A passagem de ano é um momento em que “fim e começo” parecem se tocar. Nesse momento há um despertar da esperança no homem, um desejo de recomeçar a vida, os projetos, os sonhos. O clima celebrativo e de forte conotação emotiva tem conotação mágica. É em meio à necessidade de fazer uma revisão da etapa anterior e da prospectiva da etapa seguinte, e envolvidos por votos de felicidade, paz, amor etc., que surgem as promessas: eu prometo que este ano vou deixar este vício, emagrecer, estudar, economizar mais, vou ser melhor, vou rezar mais, amar mais, e por aí vai... Poderíamos chamar isso de síndrome de fim de ano.
Esse assunto é tão presente no comportamento da sociedade, atualmente, que diversos programadores desenvolveram sites que pudessem "ajudar" as pessoas a decidirem sobre suas novas promessas... O psicólogo britânico Richard Wiseman realizou uma pesquisa sobre essas promessas de final de ano e sugere que apenas 10% das pessoas conseguem cumprir com as resoluções definidas no fim do ano. Não obstante, as promessas, novas ou renovadas, continuam sendo feitas. As promessas humanas parecem ser tão duráveis quanto o som e o brilho dos fogos. As explosões dos “fogos” no céu acabam se tornando testemunhas de promessas humanas que cairão no esquecimento e não conseguirão ser cumpridas.
Mas, e nós, carismáticos, às portas de um novo ano que surge e envolvidos pelo desejo de moldar a Cultura de Pentecostes em nosso tempo, qual deve ser a nossa atitude nesse momento tão significativo para a sociedade ocidental?
Fazer “promessa” ou permitir que a promessa se cumpra?
O verbo latino promittere (prometer) significa pro= à frente + mittere= enviar, mandar, emitir. Nesse sentido, pode-se traduzir como "enviar adiante, mandar à frente", ou ainda "levar a esperar". Prometer é comprometer-se a dar mais tarde. Diante de um grande desejo, a promessa "dá esperança" e propõe um compromisso.
Na Bíblia encontram-se mais de 8,5 mil promessas, sendo que aproximadamente 85% dessas promessas são feitas pelo próprio Deus ao homem. Cerca de mil promessas encontradas na Bíblia são feitas de uma pessoa para a outra. Há promessas feitas do homem a Deus, pelos anjos ao homem, de Jesus aos discípulos etc. Na verdade, podemos até nos referir à Bíblia como um livro de promessas e cumprimento. Muitas promessas cumpridas, outras se cumprindo atualmente e, ainda, outras que se cumprirão a seu devido tempo.
O Magistério nos ensina que "em várias circunstâncias, o cristão é convidado a fazer promessas a Deus. O Batismo e a Confirmação, o Matrimônio e a Ordenação sempre as contêm. Por devoção pessoal, o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação etc." (Catecismo 2101).
Para uma autêntica Cultura de Pentecostes na qual os comportamentos são resultantes de uma vida no Espírito, somos convidados a ter atitudes novas, também e especialmente num momento tão celebrativo e significativo como a passagem de ano. No entanto, ao invés de formular novas promessas fundadas no forte impacto emocional do momento, não seria uma nova e bela atitude comprometer-se em assumir as promessas, profecias e direcionamentos dados por Deus a nós? Esse não seria um momento propício para dizer aquele faça-se em mim segundo a Tua Palavra como fez Maria, Mãe de Jesus? Aliás, o dia 1º de janeiro, dia da Santa Mãe de Deus, oferece-nos a oportunidade de recordar-nos daquela que não se preocupou em fazer promessa, mas que permitiu em sua vida a realização da Promessa esperada desde a antiguidade!
Esta é uma boa hora para dizer "Sim!". Sim aos planos de Deus, e não às nossas vaidades e projetos pessoais. Sim à Palavra de Deus que pode gerar em nós a Vida nova, tão desejada nesse momento! Sim ao Amor de Deus que nos transforma para sermos pessoas melhores, mais humanas, mais santas!
Enquanto as luzes dos fogos iluminam a noite, aqueles que assumem o batismo no Espírito Santo deveriam trazer consigo o desejo de terem suas almas iluminadas pelo Espírito de Deus. Devem cantar "a nós descei, Divina Luz!", como quem reconhece a necessidade da claridade divina para não cair nas trevas do pecado. Deve-se reconhecer a necessidade da graça de Deus para se conseguir cumprir a própria vocação durante todo o novo ano, pois a graça de Deus nunca passará.
Compromisso com a Cultura de Pentecostes
Para dar forma à Cultura de Pentecostes, a nossa principal missão é "tornar o Espírito Santo conhecido e amado", segundo a orientação de João Paulo II. Da Renovação Carismática Católica não se deve esperar promessas, mas adesão às promessas de Deus! Atitudes de colaboração para a concretização das promessas de Deus em nosso tempo. "Derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo" (Jl 3,1). No coração de cada carismático, o réveillon deve configurar-se como um Novo Pentecostes. É uma excelente hora para apresentar os melhores frutos de evangelização do ano que terminou e aproveitar para encher as mãos de novas sementes da Palavra para serem lançadas, ao longo do ano, em cada canto de nosso país. E aqueles que não "apanharam nada durante o ano todo" devem dizer como Pedro a Jesus: "Confiantes na Tua Palavra, lançaremos a rede!" novamente (Lc 5,5).
Recomeçar, reconstruir!
Para a atualização da Cultura de Pentecostes necessitamos de testemunhas autênticas. Temos como primeiro e mais perfeito modelo de testemunha, Maria, Mãe de Jesus. Ela é testemunha do nascimento, do ministério, morte e ressurreição de Jesus. É testemunha de Jesus e é também testemunha do Espírito Santo. Foi por meio do Espírito que Maria concebeu, e quando Ele se manifestou no dia de Pentecostes ela estava lá com os discípulos. Maria torna-se o protótipo da Cultura de Pentecostes.
Hoje, como "participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho" (Ef 3,6), enquanto nos despedimos de um ano que entrará para a história da RCC pelo tanto de promessas de Deus realizadas na vida desse Movimento, tornamo-nos testemunhas oculares e ativas de tão grande e atual graça. Mais do que fazer novas promessas, devemos continuar assumindo o compromisso de sermos protagonistas para a civilização do amor, que somente poderá ser fecundada por meio da Cultura de Pentecostes estabelecida em nosso tempo.
Que Maria nos ensine a dizer Sim e a fazer tudo o que Jesus nos disser, neste novo ano!
A passagem de ano é um momento em que “fim e começo” parecem se tocar. Nesse momento há um despertar da esperança no homem, um desejo de recomeçar a vida, os projetos, os sonhos. O clima celebrativo e de forte conotação emotiva tem conotação mágica. É em meio à necessidade de fazer uma revisão da etapa anterior e da prospectiva da etapa seguinte, e envolvidos por votos de felicidade, paz, amor etc., que surgem as promessas: eu prometo que este ano vou deixar este vício, emagrecer, estudar, economizar mais, vou ser melhor, vou rezar mais, amar mais, e por aí vai... Poderíamos chamar isso de síndrome de fim de ano.
Esse assunto é tão presente no comportamento da sociedade, atualmente, que diversos programadores desenvolveram sites que pudessem "ajudar" as pessoas a decidirem sobre suas novas promessas... O psicólogo britânico Richard Wiseman realizou uma pesquisa sobre essas promessas de final de ano e sugere que apenas 10% das pessoas conseguem cumprir com as resoluções definidas no fim do ano. Não obstante, as promessas, novas ou renovadas, continuam sendo feitas. As promessas humanas parecem ser tão duráveis quanto o som e o brilho dos fogos. As explosões dos “fogos” no céu acabam se tornando testemunhas de promessas humanas que cairão no esquecimento e não conseguirão ser cumpridas.
Mas, e nós, carismáticos, às portas de um novo ano que surge e envolvidos pelo desejo de moldar a Cultura de Pentecostes em nosso tempo, qual deve ser a nossa atitude nesse momento tão significativo para a sociedade ocidental?
Fazer “promessa” ou permitir que a promessa se cumpra?
O verbo latino promittere (prometer) significa pro= à frente + mittere= enviar, mandar, emitir. Nesse sentido, pode-se traduzir como "enviar adiante, mandar à frente", ou ainda "levar a esperar". Prometer é comprometer-se a dar mais tarde. Diante de um grande desejo, a promessa "dá esperança" e propõe um compromisso.
Na Bíblia encontram-se mais de 8,5 mil promessas, sendo que aproximadamente 85% dessas promessas são feitas pelo próprio Deus ao homem. Cerca de mil promessas encontradas na Bíblia são feitas de uma pessoa para a outra. Há promessas feitas do homem a Deus, pelos anjos ao homem, de Jesus aos discípulos etc. Na verdade, podemos até nos referir à Bíblia como um livro de promessas e cumprimento. Muitas promessas cumpridas, outras se cumprindo atualmente e, ainda, outras que se cumprirão a seu devido tempo.
O Magistério nos ensina que "em várias circunstâncias, o cristão é convidado a fazer promessas a Deus. O Batismo e a Confirmação, o Matrimônio e a Ordenação sempre as contêm. Por devoção pessoal, o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação etc." (Catecismo 2101).
Para uma autêntica Cultura de Pentecostes na qual os comportamentos são resultantes de uma vida no Espírito, somos convidados a ter atitudes novas, também e especialmente num momento tão celebrativo e significativo como a passagem de ano. No entanto, ao invés de formular novas promessas fundadas no forte impacto emocional do momento, não seria uma nova e bela atitude comprometer-se em assumir as promessas, profecias e direcionamentos dados por Deus a nós? Esse não seria um momento propício para dizer aquele faça-se em mim segundo a Tua Palavra como fez Maria, Mãe de Jesus? Aliás, o dia 1º de janeiro, dia da Santa Mãe de Deus, oferece-nos a oportunidade de recordar-nos daquela que não se preocupou em fazer promessa, mas que permitiu em sua vida a realização da Promessa esperada desde a antiguidade!
Esta é uma boa hora para dizer "Sim!". Sim aos planos de Deus, e não às nossas vaidades e projetos pessoais. Sim à Palavra de Deus que pode gerar em nós a Vida nova, tão desejada nesse momento! Sim ao Amor de Deus que nos transforma para sermos pessoas melhores, mais humanas, mais santas!
Enquanto as luzes dos fogos iluminam a noite, aqueles que assumem o batismo no Espírito Santo deveriam trazer consigo o desejo de terem suas almas iluminadas pelo Espírito de Deus. Devem cantar "a nós descei, Divina Luz!", como quem reconhece a necessidade da claridade divina para não cair nas trevas do pecado. Deve-se reconhecer a necessidade da graça de Deus para se conseguir cumprir a própria vocação durante todo o novo ano, pois a graça de Deus nunca passará.
Compromisso com a Cultura de Pentecostes
Para dar forma à Cultura de Pentecostes, a nossa principal missão é "tornar o Espírito Santo conhecido e amado", segundo a orientação de João Paulo II. Da Renovação Carismática Católica não se deve esperar promessas, mas adesão às promessas de Deus! Atitudes de colaboração para a concretização das promessas de Deus em nosso tempo. "Derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo" (Jl 3,1). No coração de cada carismático, o réveillon deve configurar-se como um Novo Pentecostes. É uma excelente hora para apresentar os melhores frutos de evangelização do ano que terminou e aproveitar para encher as mãos de novas sementes da Palavra para serem lançadas, ao longo do ano, em cada canto de nosso país. E aqueles que não "apanharam nada durante o ano todo" devem dizer como Pedro a Jesus: "Confiantes na Tua Palavra, lançaremos a rede!" novamente (Lc 5,5).
Recomeçar, reconstruir!
Para a atualização da Cultura de Pentecostes necessitamos de testemunhas autênticas. Temos como primeiro e mais perfeito modelo de testemunha, Maria, Mãe de Jesus. Ela é testemunha do nascimento, do ministério, morte e ressurreição de Jesus. É testemunha de Jesus e é também testemunha do Espírito Santo. Foi por meio do Espírito que Maria concebeu, e quando Ele se manifestou no dia de Pentecostes ela estava lá com os discípulos. Maria torna-se o protótipo da Cultura de Pentecostes.
Hoje, como "participantes da promessa em Jesus Cristo pelo Evangelho" (Ef 3,6), enquanto nos despedimos de um ano que entrará para a história da RCC pelo tanto de promessas de Deus realizadas na vida desse Movimento, tornamo-nos testemunhas oculares e ativas de tão grande e atual graça. Mais do que fazer novas promessas, devemos continuar assumindo o compromisso de sermos protagonistas para a civilização do amor, que somente poderá ser fecundada por meio da Cultura de Pentecostes estabelecida em nosso tempo.
Que Maria nos ensine a dizer Sim e a fazer tudo o que Jesus nos disser, neste novo ano!
Por Rogério Soares
Coordenador do Grupo de Reflexão Teológica da RCCBRASIL
Coordenador do Grupo de Reflexão Teológica da RCCBRASIL